Sexta-feira , 21 de Abril DE 2006

Ad Voluntatem

E tu, és tudo para mim, tu és toda a gente

Que mantém o meu espírito consistente!

 

Amanhã, nova caminhada UPB! E vai ser das que arrancam a alma ao corpo! Levitamos sobre o pobre físico, moído e prestes a desintegrar-se… E a alma, em volta daquele, atarefada, transpira ainda mais na labutada tentativa de remendar as fendas e rasgões que minam os músculos. Haja vontade, senão o organismo só por si não suporta as dificuldades…

A VONTADE!

Com que vontade adormecemos, com que vontade acordamos? Com que vontade preenchemos os dias? Ou são os dias que dão forma à vontade? Como construímos uma vontade que nos alicerça o escoramento das vicissitudes da vida, cada vez mais tendenciosas para estádios mais complexos e densos?

De mutação em mutação, tingimos os arco-íris vigentes com tons de cores que nem imaginávamos que existissem. A VONTADE ajusta-se e empenha-se em ser inquebrantável.

As barricadas levantam-se nos nossos horizontes e só com determinação se ganha coragem para as encararmos e as galgarmos de seguida. A ferro e fogo desbravamos o caminho: da cadeira do emprego, passando pela poltrona de casa e seguindo pelas courelas do mundo, mostramos as nossas capacidades de querer e poder…

Pelas janelas do corpo deixamos que a imaginação vá preparando novas aventuras e novos desafios… lançamos a semente da perseverança e da esperança.

Avança-se para o trilho com que vontade(s)? Vamos desprovidos desta(s) e alimentados apenas pela movimentação mecânica das nossas peças motoras? Engrandece a VONTADE de cada um com as energias naturais absorvidas? Caminheiros, apesar dos esforços, somos ou não mais fortes quando encerramos uma jornada?

A tenacidade da maré deve ser modelo para a nossa conduta…

 

[XXI IV MMVI]

ANDARILHUS “(º0º)”

música: No Time To Cry (Sisters of Mercy: First, Last and Always)
publicado por ANDARILHUS às 17:48
Terça-feira , 18 de Abril DE 2006

SER-se, em coexistência, no Ecossistema: CANIS LUPUS!

 

O Homem, outrora criatura encolhida e receosa pelos inúmeros predadores que coabitavam no seu espaço, fez das fraquezas forças, criou soluções materiais, intelectuais e espirituais para amparo das suas fragilidades.  De tal forma que, rapidamente (poucos milhares de anos!) passou de presa a predador e a exterminador dos seus ancestrais predadores!

A competição social propagou-se ao ecossistema (ou vice-versa), cometendo-se verdadeiros atentados contra as outras espécies só porque lhes disputamos o meio e os recursos.

Uma coexistência ideal é provavelmente utópica (tanto mais que racionalizamos - impomos a nossa razão – o próprio conceito sem sabermos exactamente o que seria IDEAL para os nossos parceiros ecológicos). A coexistência possível é aquela que garante que, se não trocamos benefícios, pelo menos toleramos em reciprocidade.

Deve haver peso e medida no entendimento que fazemos das coisas. Por exemplo, o LOBO. Afiançam uns que é um malefício diabólico que dizima os rebanhos e destrói a economia das gentes que se dedicam à pastorícia. Porém, temos de nos lembrar que fomos nós que reduzimos progressivamente não só os territórios de caça como a própria caça dos lobos, ao longo dos tempos. O Lobo também não é o “papa-criancinhas” que amedronta o imaginário das pessoas: se não acometermos contra ele e evitarmos colocá-lo sem soluções, o animal não toma a iniciativa de investir e atacar. Ou seja, respeito pela privacidade e vida do Lobo resulta em respeito pela nossa integridade.

Nós, caminheiros, temos de ser arautos desta mensagem de tolerância e respeito por todos os seres que connosco partilham esta pequena mas adorável TERRA. Temos igualmente de dar o exemplo da coexistência possível, deixando incólumes os lugares, e respectivos inquilinos, por onde passamos. Devemos deixar apenas o TEMPO de convivência!

Caminhar é também PARAR! Parar com práticas nocivas no usufruto da natureza. É tempo de darmos algo de nós e contribuirmos para o bem do nosso Planeta. Cada passo nesse sentido é mais um passo para vencermos tamanho trilho de obstáculos.

Têm ideias para as formas possíveis, com as quais podemos colaborar nesta promoção de sadia convivência sistémica, enquanto realizamos as nossas andanças pedestres?

Aqui vai uma:

Caros Amigos

Nos dias 22 e 23 de Abril vai decorrer o primeiro curso teórico/prático  sobre o lobo ibérico, organizado pela Ecotura.

O grande objectivo é ajudar a conservar esta espécie divulgando-a.  

O curso contem uma parte prática com uma saída de campo em território de lobo e uma visita guiada a um fojo de paredes convergentes. Vai ser dado por dois especialistas em Lobo, Dra. Helena Rio Maior e o Naturalista Pablo Sierra, com a coordenação científica do Dr. Francisco Alvares.

As informações sobre o curso estão disponíveis em www.ecotura.com.

Agradecemos desde já a vossa participação na divulgação deste curso.

Até breve

Anabela Moedas”.

 

Trajemos as passadas dos lobos e comunguemos com toda a existência dentro do equilíbrio definido pela mãe natureza!

 

[18 Abril 2006]

ANDARILHUS “(º0º)”

música: Brother Wolf Sister Moon (The Cult: Love)
publicado por ANDARILHUS às 17:46
Quarta-feira , 12 de Abril DE 2006

Exodus

 UM PAR DE BOTAS: Trilho do Castelo (XXVIII : II : MMVI)

A tradição judaica, dentro do seu prolífero compêndio de narrações e episódios proverbiais, numa das obras mais belas produzidas pelo Homem e de inspiração superior - a Bíblia – relata, a certo momento do Antigo Testamento, a Passagem (Pesach) ou como todos conhecem, a PÁSCOA (adaptada depois pelo universo cristão). Conduzidos por Moisés, os Hebreus libertaram-se do jugo dos Egípcios de Ramsés II após muitos anos de cativeiro e rumaram à Terra Prometida.

Interessante esta ideia de “Passagem”. Muitas vezes, conscientes ou mesmo sem nos apercebermos, confrontamos a “passagem” nas nossas vidas ou mesmo nos nossos dias. Apesar de lhe resistirmos, escondendo-nos nos nossos recônditos calabouços, tomando a vontade servil e abafando os sonhos… chega sempre o dia da coragem para lançar as sandálias ao deserto. E, se estivermos preparados, nelas abotoamos os pés da esperança e da alegria renovada. RENOVAÇÃO! O corpo deixa de ter forças para reprimir o espírito e rende-se ao seu domínio: AVANÇAMOS sem temor! A Terra Prometida é já ali, numa nova cidade, numa nova rua, numa nova pessoa, num novo milagre… REDENÇÃO!

Nós que somos intrinsecamente impelidos para o pedestrianismo, encontraremos, a níveis diferentes, a renovação e a redenção a cada trilho que tomamos?

O eterno retorno ao sagrado original – a mãe natureza – depois de dias de “caos” na azáfama dos dias repetitivos e sensaboria dos postos ocupados nas instituições criadas pelo Homem, a remissão dos “pecados” e tentações provocados pela competição social. Serão estes motivos inconscientes para o êxodo e busca de exílio momentâneo em lugares afastados dos impérios e prepotências dos Ramsés dos nossos tempos? Afinal, porquê caminhar???!!!

[12 Abril 2006]

ANDARILHUS “(º0º)”

publicado por ANDARILHUS às 17:45
Quinta-feira , 06 de Abril DE 2006

Génese

 

... Musgo, à nascença...

No Princípio, quando os filhos dos dEUSES visitavam as filhas dos hOMENS e geravam, assim, fILHOS, os caminheiros já estavam na TERRA!

Acto primário, o de caminhar, contradição do crescente sedentarismo da praxis social contemporânea… larga o sofá, descalça os chinelos e calça as sendas do pedestrianismo!

Esta é uma experiência blogista, sem futuro à vista, mas amanhece, põe-se a caminho sem bússola e aventura-se pelos trilhos da imaginação e da comunicação.

O moderador (que bebe sem moderação!) deste projecto precoce e serôdio (escolham!), pertence a um grupo de caminheiros, amigos, denominado UM PAR DE BOTAS (http://umpardebotas.blogs.sapo.pt/), e como não tem mais o que fazer e para não cair na modorra entre caminhadas, resolveu atirar com isto para aqui…

…Vá lá, tenham paciência, já acabo e depois podem escrever todas as ideias atinadas, atoardas ou baboseiras infra-racionais que lhes couberem na máquina calculadora…

Depois do aparte, partamos então: “Era a manhã, dia 1 de Agosto, e tudo em mim era um fogo posto! Sacola às costas…” Grandes Xutos, para amanhar os pezinhos neste trilho inaugural…

Então, a vida é um longo percurso para o peregrino… O caminheiro, quando lançado na viagem, faz só o percurso físico ou aproveita para irromper pelo silêncio da alma, em auto-meditação, como o sócio romeiro?

Vamos lá, caminheiros experimentados, não se acanhem, galguem esta courela… eu vou já fazê-lo a seguir… (depois do lanche…)

[06 Abril de 2006]

ANDARILHUS

música: Xutos: 1 de Agosto
publicado por ANDARILHUS às 17:40

BI

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