De Negro Translúcido...
Herdaste o negro veludo
No destino vadio
Do teu ninho de vegetação;
Guardaste o verde liberdade
Do teu bravio
Olhar, pela intemporalidade.
Entraste em minha casa;
Adoptaste-me,
Para companheiro,
Sem premissas
De espécie,
Sem reservas
De idade
Ou de qualquer medida
Da mórfica existência:
Entraste em espírito,
Endereçado ao meu!
Tiveste-me por família
Por instinto de afectividade.
Foste humana, embora felina;
Foste confidente, embora sem palavras;
Foste calor, embora sem abraços;
Foste carinho, embora sem beijos;
Com o teu negro halo
Tantas vezes me iluminaste
Na esperança, na pertença
… na felicidade.
Agora és já saudade
És mais uma estrela no céu
Graciosa e prateada.
Deixaste o negro veludo comigo
Como promessa e condão
De eterna reunião,
Quando te vou mirar,
Regressas a invadir minha casa
Adoptando-me.
Foste Estrela e segues estrela,
Sempre
Com o teu espírito
Endereçado ao meu…
Até sempre, amiga/filha/irmã, minha Estrelinha (gata)
Andarilhus
XVIII : IV : MMXI