O Abraço
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Desconjuntados os ossos
Em músculos laxados,
Mantidos em movimento
Ao som dos cacos do coração
Conduzidos pela alma trilhada,
Desci a escada,
Ainda mais para baixo.
Despedi-me do acreditar,
Despedi-me de ti
Sem esperança.
Guinei para a saída,
Mas, por esquecimento,
Regressei
(onde te deixei)
Para galgar a escada até ao topo
E topei-te a ti.
Abraçaste-me
Com vontade,
Apertada, com os corações a tocarem-se
Num abraço interior, só seu.
Uniram-se os ossos,
Alinharam-se os músculos
Ao som do pranto doce do coração
Na parada da alma reanimada.
Queria assim envelhecer!
Despedi-me da saída,
Despedi-me do desalento,
Agarrei-me a ti
Com todas as forças
Como despenhado em abismo.
Galguei a fuga até ao topo,
Arrisquei olhar:
(não era alucinação)
Continuei a te topar!
Mais acreditei;
Beijei-te
Com o desejo da saudade
Tocaram-se os lábios, num beijo íntimo,
Só seu.
Soldaram-se os ossos,
Avivaram-se os músculos
Ao som do musicar melódico do coração
Sob a batuta da alma radiante.
Como a vida pode renascer
Num só abraço…
Andarilhus
XI : IX : MMXV