In Mea Limia
Da minha margem sonho em chegar à oposta…
1.
Talhar o horizonte com o gume do olhar,
No preciso trecho da melodia que liga o Céu com o Mar…
O que é certo? E o que é errado? É material a fronteira entre os opostos?
A soberba dos ares do justo e juiz na sentença dos pares corrompidos pelo erro, pela falha. A tentação de apontar o dedo, enquanto se escondem os nossos próprios telhados de vidro. O que suportar no (pseudo) défice de êxito e de comportamento do outro? Montados no dragão da perfeição, incineramos com facilidade todos quantos não prescrevem as nossas panaceias.
A complacência e o interesse na diferença que nos desencontra… mas também reúne… devem ser conduzidos ao ministério do trato e convívio humano.
2.
Superar a falha tectónica do horizonte com a harmonia do olhar,
No preciso epicentro do abraço fraterno que liga o Céu com o Mar…
E há um certo, um errado ou fronteira palpável entre os opostos? E há opostos, como extremos unilaterais e intransigentes?
Fazer a ponte entre os pares, ligar as margens da disputa e relançar o diálogo frutuoso… pelo deambulado caminho do franquear desinteressado da passagem para as fontes do entendimento. Assinalar, em retumbante ecoar do poder do sino da concórdia, a instituição do templo da união dos desavindos.
É tão fácil dizer, mecanicamente, NÃO! No entanto é muito difícil convencermo-nos em pensar nesse NÃO. Não poderá ser – pelo menos – um TALVEZ??… e depois logo se VÊ… o horizonte sem linha divisória… Tentem dar um pouco mais de atenção à tolerância que eu prometo fazer também um esforço…
“(º0º)” Andarilhus