Vox Populi
A voz do povo sobre a soberba do povo. Eu existo na diversidade!
Não sou simples; denuncio a minha complexidade!
E, na diferença, aplico-me em fazer com que me entendam longe da normalidade. Prostrado, confronto-me com um esforço inglório e dirimido em vão.
Cruelmente, não raramente, apontam-me o dedo da desconfiança. Atiram as minhas palavras para a fogueira das mentiras proscritas. A sinceridade e a dedicação no expor os sentimentos de forma nobre e transparente é tida, nesta era, como obra do diabo e do Homem manipulador.
Quando vão acreditar em mim?! O meu verbo não é pauta de obra de dramaturgo; é água cristalina e imaculada da nascente pura do meu SER!!! Arrelia-me que despejem as minhas ideias no crivo dos preconceitos e nas formas da vulgaridade costumeira! Raios, deixem-me ser original e permitam, por uma vez, que o que vos digo complete a viagem dos ouvidos ao entendimento!
Porque só reconhecem o preto e o branco? Porque não admitem a existência de infinitas tonalidades de cinza entre os extremos?
Há dias que não são noites, mas arrastam as suas vestes negras. Há dias em que o SOL aparece, mas não se vê (os olhos continuam na escuridão).
Há semanas que se arrastam sem fim, para desespero de quem as sente.
Ó desgraça, que nem tu – interlocutora do coração – me escutas ou dás tento às palavras sentidas que por ti expiro…
Talvez, seja altura da vindima dos cachos do fingimento, da simulação e do trato artificial… a outra solução possível? – A LOUCURA!...
Turba de surdos…
XIX : IX : MMVI
Andarilhus “(º0º)”