Perdidos & Achados
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Com um mundo tão grande, cada vez maior, cresce a diáspora do que somos…
Quando é que te encontras? Consegues a solidão suficiente que te aparte da multidão e da azáfama que te rodeia e abra o caminho para o reencontro contigo? Consegues alcançar a elevação espiritual necessária que te permita gerir duas entidades, duas pessoas, em ti, que lançam o diálogo interior, sagrado e de reunião da família do teu EU?
Corres, solto, abraçado ao vento, pelos imensos campos verdes, com pedaços de rocha de cinzento frio, a espaços. Os ouvidos seguem a melodia encantada da brisa e de algum descontentamento de uma ave assustada com a invasão do território.
E, o teu respirar é forte e profundo, como nunca o escutaste. E ele diz-te, em diagnóstico, o resultado do equilíbrio do organismo. E o coração acompanha: Nem sabias como o coração palpitava tão alto e alegre! É quase tão audível como o carinho da brisa… Depressa descobres que o teu corpo fala contigo. Por mímica ou por música doce, vai-te dizendo que continuas vivo e de saúde. Finalmente, prestas-lhe atenção!
Avanças, pelo terreno e pelo teu SER. Ouve agora o que te diz o pensamento, para além das reacções que ele quotidianamente é obrigado a emitir continuada e velozmente, quase sem essência, quase sem PENSAR.
O silêncio dá-te o ensejo, não o rejeites por distracção. A calma no chegar, o arrancar dos ponteiros ao relógio, lança-te na viagem interior: comparas as vertentes íngremes dos montes, que tens de vencer, aos desafios vertiginosos das encostas que tens de lidar e superar na rotina do tempo social; Comparas o correr espreguiçado dos riachos ao sono regenerador dos curtos sossegos da cidade; Verificas que atrás de uma serra se encontra um vale, exactamente como na vivência viciada de altos e baixos da fé e da moral!
Assim, em roda de ti mesmo, engenhas soluções porque te escutas! Sentes mais o teu indivíduo, descobres a tua presença integral na paisagem. És um TODO!
Terminada a assembleia do clã pessoal, derivas os teus membros de novo ao confronto das marés da vida… com as forças restabelecidas…
É assim que te encontras… também?
Andarilhus
“(º0º)”