Mare Nostrum
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Um dilúvio de som tacteia a metamorfose dos sentidos…
Abranda coração e encolhe-te no casulo que te salva dos medos e das fúrias!
O mar acalma, o mar enxota em espuma os invasores temerários e cruéis. O mar volta paulatinamente ao nosso domínio. Rendem-se os Neptunos alheios!
A calmaria apossa-se do horizonte. Remendam-se as velas das naus que muito amargaram para defender, incansáveis, as praias da pátria do ânimo. A terra está queimada e virgem para os copiosos braços da persistência que sobreviveram.
Tudo arrasado, porém tudo aberto para novo arranque, para a mudança. Assim, não é preciso reconstruir velhos edifícios, já minados pelos vícios dos anos somados; assim a escolha é total e tudo se fará de raiz, embalado pela inovação da experiência recente.
E ao largo o SOL derrete a água: parece que a bebe, trago a trago. Como eu, aqui deitado nesta folha de areia, pareço roubar, espaço a espaço, o branco, cobrindo-o com caracteres negros.
Após a reconquista, a expansão! E o mar aqui tão perto…
O Estado da alma renova-se, a Nação eleva-se acima dos limites e do calculismo para, em empenho colectivo, arrancar do chão o espírito e a força para perdurar e ir mais além!
O País do SER retomou da crise e atinge a estabilidade emocional e racional. É tempo de ambição! É tempo de construção!
Carreguemos agora o barco dos planos e façamo-nos ao oceano dos desafios, das descobertas… amor. Já não há amarras no cais que prendam a nossa senda, os nossos destinos. A sorte é nossa, se a demandarmos em providência.
Abrem-se os vales, abrem-se as águas à nossa passagem. Como gigantes de coração, superamos as agruras e os obstáculos que obstruírem a nossa tenacidade. Vamos em frente, puxados pela fé naquilo que nos une, em tudo o que nos abraça.
Vão já as kalendas adiantadas desde que juntamos as palhas do nosso Lar. Mesmo as correntes de ar, a falta de isolamento ao frio e à humidade e até o desconcerto das infra-estruturas, são vividos com a paixão do humilde, porque as partilho contigo… contigo têm um tacto macio e quente; contigo têm o conforto e as funcionalidades do espaço novo a inaugurar… A cidadela está de pé!
E, na nossa fraqueza temporal, fazemos os milagres dos imortais. Do nada e do desconhecimento, demos a génese a um MUNDO NOVO. A partir do caos, construímos um código de bem-estar, de bem-querer e de bem-fazer e, seguindo a opus dos dEUSES, trouxemos a luz à esperança. E somos ainda mais cuidadosos! Não caímos na tentação de sermos entes que impõem as regras e exigem a expiação dos ímpios pelo castigo e pela oferenda. Mais do que um mundo divino, criamos um mundo à escala do ser humano: imperfeito mas consciente dessa imperfeição.
Peço-te tolerância à minha larga falta de perfeição; Tentarei ser perfeito na tolerância à tua falta de divindade. Embora, para mim, tu sejas dEUSA acima de qualquer panteão…
Quero continuar o milagre da conversão da mágoa e solidão nas rosas da felicidade. Que a estes 15 dias se somem 15 anos de expansão pelos campos férteis e de trigo doce do amor… Vem, dá-me a mão… temos muito companheirismo a percorrer…
XXIV : XI : MMVI
“(^0^)” Andarilhus