O Ciclo de Cronos
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… Um ano mais. Trezentos e muitos dias que passaram num ápice…
Será o Tempo que corre mais depressa ou seremos nós que estamos menos inertes no Tempo? Não sei ao certo. Apenas sinto que o Tempo, cada vez mais, tem cada vez menos, horas. Horas de contemplação e horas de aperfeiçoar o nada e nada aperfeiçoar; horas de pachorra, horas de dormitar acordado sobre o vazio que alguma paz – que ainda existia – permitia.
Porque se aceleraram os dias? Porque se perderam as sestas da vida? E nós, sem aquele descanso dilecto e tão espontâneo que nos ensurdecia por momentos para os barulhos dos problemas, como recuperamos da azáfama interminável e cavalgamos sobre o dorso da tensão? Também não sei… Talvez seja do mesmo modo que, no passado do Tempo, descemos das árvores e aguçamos a gulodice dos nossos predadores nas savanas: a Sobrevivência.
Sobrevivemos a mais um ano e preparamos a bagagem para o que aí vem.
Tempo do balanço do Tempo que perfez um ano. E o meu Tempo que tanto mudou em tão pouco do seu incontornável Tempo. Tenho que arranjar relógios mais rápidos para acompanhar este Tempo sem freio ou respeito pelos períodos da vida…
Num ano, num singular ano, desmontei a razão de mais de meia década de vida, recuperei duas décadas de experiências e sentir perdidas naquela e reciclei toda a minha existência.
Adaptando o nobre pensamento da minha segura amiga Esteva, nunca é tempo de nos arrependermos do que fizemos com o Tempo, é sim sempre Tempo de nos arrependermos do que não fizemos a devido Tempo. Pensamento sábio e alicerce de uma filosofia de vida prospectiva…
2006, que vai dando os últimos suspiros, cumpriu o que provavelmente já estava previsto. Para mim, foi Tempo de mudança, Tempo de retoma e de reorganização. Não fiquei pela limpeza dos cacos; avancei para a obra de um mundo novo. A barca fez-se ao mar com ousadia. A bom Tempo o fez, porque já colho frutos disso. Fiz o melhor que soube, temperado de algum empirismo. Teve que ser assim. No balanço já possível fui, para alguns, a destruição mas, para muitos outros, a construção e, para o mais importante, a certeza de um melhor futuro…
2007… a mim pertence. Vou reunir para planear e traçar objectivos. Todavia, certamente que não quererei arrepender-me mais tarde de não ter feito tudo aquilo que pretendia…
Para todos vós que encantais com vossos olhos as palavras que aqui vou rabiscando,
Desejo-vos vontade e perseverança para a conquista de todos os círios de sonho com que vos iluminareis no novo ano. Sorte, fortuna e saúde para os concretizardes. Um 2007 pleno de êxitos!
XXVII : XII : MMVI
Andarilhus “(ª0ª)”