Em Nome de Pai
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Jamais me encontro só, mesmo que só esteja. Jamais me ausento da vida que é tua e minha de zelo, de fortuna contente…
“Olá Pai!; “vrumm’ pai!”; “Popó’ pai!”; “tatos!”… “pai!”, “pai!”, “pai!”… dito e repetido, vezes sem conta, vezes poucas de muitas, em que repousa a audição da alma, que pacifica o ser em texturas macias, ridicularizando as rugas da tristeza, as pregas do azedume… que força o sorriso a saltar da toca, a nascer como o Sol do milagre de cada dia.
Na tua expressão de felicidade eu vejo o meu dEUS, eu ascendo à minha imortalidade! O paraíso está no teu abraço, nas tuas palmadinhas nos meus ombros, no teu rosto de seda acomodado docemente no meu, já áspero e curtido… O império está no teu olhar maroto e na tua expressão de desatenção fingida, sublinhada pelo sorriso de esguelha e tingido por cativante dissimulação…
Nos 20 meses da tua vida rejuvenesci 20 anos da minha e revisitei toda a minha existência.
Estamos ali, tropeços de inocência, sentados, a fazer castelos de areia e fantasia e logo estas se levantam para limitar a geometria da nossa realidade adulta: cidades reais, casas reais, relações reais, labuta real, disputa real, problemas – muitos – bem reais…
Afogamo-nos na opressão do compressor social e bloqueamos no canto do lamaçal do quintal das nossas vivências. Esquecemo-nos ou arredamo-nos de tantas coisas boas que construímos, recebemos e gerámos…
A tempo, logrei acordar para o meu tesouro mais precioso; venci a inércia de mastigar os dias nos mesmos e cansados sabores, para redefinir todos os predicados do mundo, para avaliar bem o primado das verdadeiras prioridades…
Agora que deambulas frágil nos passos que as tuas pequenas pernas permitem, não quero deixar de estar por perto para almofadar o chão onde possas cair; Agora que és senhor da curiosidade, quero estar por perto para te levar às respostas; Agora que te ouço chamar-me “pai”, quero estar por perto para te dedicar o desvelo paternal e te entoar: “filho!”.
Farei tudo para que tenhas o teu tempo, natural e de direito, de filho antes que também tu assumas a responsabilidade de pai. Mostrar-te-ei os caminhos que nos fazem evoluir por entre estes laços de suprema derivação e partilha do SER…
Serei a tua sombra constante, meu Sol incessante. E, para que não fiques tão só neste firmamento de estrelas maiores, dar-te-ei parceiro fraterno para que rejubiles em comunhão e tenhas companhia pronta pelas vias do teu augusto crescimento…
Sentir-te “é bão!” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Andarilhus “(ª0ª)”