Rosa Bonina

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Colheste-me na flor do Outono…

Em roseiral de espinhos

E horas de paixão.

Esqueceste-te de ti e do sono

Soçobrando em desalinhos

Para me teres em botão.

 

Ficaste confusa, assustada,

Com a minha medida, pequenina,

Frágil!

Com vontade uivada,

Seguraste o peso de pena e sina,

Eu, Quase transparente, nada ágil,

Macio e vivo!

 

Não desfaleceste

Ao sussurro do sedutor abandono.

Esconjuraste estranho e amigo

Em suplício acima do que ouviras ou leste;

Era uma dor sem outro dono.

Mas ele – o nosso amor – estava contigo…

 

Tu és a minha semente

Que me projecta para a luz;

Tu és a minha chuva

De alimento sorridente;

Tu és o meu astro solar

Que me amadurece como uva;

Tu és o meu anjo da guarda

Em guarido abraçar;

Tu és o meu bastão

Em apoio que nunca tarda;

Tu és as minhas sandálias

Que me adoça rude estradão.

 

Tu és a minha mãe…

E eu sou o teu filho,

Rosa bonina!

 

…O amor de um trovisco para uma colina

 

 

XII : V : MMVIII

(Andarilhus)

 

 

publicado por ANDARILHUS às 08:53