Anátema
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Lívido, moribundo,
Albarda pungente
Sobre o costado
De perfil transparente,
Escorraçado pela sua gente
Odre,
Mal amado
Esguichado de cuspo
Podre,
Na alma violado,
Nos sonhos mutilado.
Carrega o ódio,
Não o seu, o de tantos,
O de todos!
Reteso no nó górdio
Da corda da forca
Esticada por mão
Não sua, a de tantos,
A de todos…
Humilde, aceita,
Mas, lá bem no centro do eu,
Não quer esta missão,
Este trabalho,
De carregar o mal
Da Terra e do Céu.
Esconde-se, em agasalho,
Dentro do coração,
Arrasta-se sob os fardos
Não os seus, os de tantos,
Os de todos,
Por um ideal…
A vergasta
Relampeja no ar
E ele continua a sonhar
Não o seu,
Mas o sonho de tantos,
De todos!!!!
Daqueles que o flagelam
Pelo dever sentido de (se auto) aniquilar
A alma nobre,
O sonho belo
… De amar.
Liberta-te da prisão
Do desvario do Homem,
Desgraçado!
Dá rasgão à albarda:
Tomba pelo chão
Os pesos, as penas,
Tamanha opressão!
Eles não te merecem.
Só tu cinges
O beijo da paixão…
Andarilhus
XXVIII : VII : MMIX