O Poço Encantado
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Atirei!
Caiu a moeda
No abismo fundo
Em busca de um milagre.
Porém, mergulhou abafada,
Tresmalhada.
De esperança abandonado,
Virei costas
E descrente, afastei-me,
Em passo cadente
De insistido ensaio arruinado.
Escutei ainda
Em último suspiro:
Silêncio; retomei, segui resignado…
Estaquei!
Atrás, do poço dos desejos,
A vibrante melodia leda
Dum “psiuuu!” sedutor
Tingiu de doce meu agre.
Reconquistei ali a fé
E na encantada lufada,
Levitei como flor de seda,
Para pousar como místico abraço
Do arco-íris ao campo lavrado.
Teria topado pote abençoado?
Teria chegado minha maré?!
Abandonei a romagem à taberna;
Abeirei-me, penitente, da cisterna…
Espreitei!
Acariciaste-me num olhar
Com a ternura de um beijo.
Corei
E gaguejei o perguntar:
“És Tu? És Tu a minha fortuna?”
“És Tu… És Tu o meu tesouro?”
Acenaste um mágico “Sim”.
Fiquei zonzo, confuso, indeciso
Em erguer-te para o meu mundo
Ou mergulhar contigo no poço profundo!
Em Ti, tinha o néctar perfeito
Para a sede que aí me levara.
Encontrara-te,
E, feliz, arranquei-te do meu sonho
E plantei-te no meu coração,
Amor!
Andarilhus
XIV : II : MMX