Aqueles Que Instigam os Nossos Demónios Cativos

http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/fury.spaceblog.com.br/images/gd/1259879990/O-Que-Sao-Demonios.jpg

  

Não sou tempestade,

Nem vendaval.

Tão pouco incêndio

Ou irreverente vulcão.

Deixei há muito

O pensamento relâmpago

E a decisão faiscante.

Já ouço a idade

E açaimo o animal;

Já folheio o compêndio

E aceito que há Razão.

Fiz as pontes

Sobre os rasgões e cicatrizes

Dos meus pungentes Sismos!

Cosi os remendos

Sobre os buracos e nudezes

Dos meus loucos abismos…

Já chega… Já basta…

Não queiras que eu seja o que tu és

E aquilo que não quero ser.

Tenho cartilha, tenho visão

Próprias: Não as renego, não as enjeito.

Não movas a roda da fortuna,

Não faças tanger a roda dos órfãos

Em vã e egocêntrica esperança.

Não arejes os meus ventos esquivados,

Não atices os meus incêndios congelados,

Não abras crateras no meu vulcão adormecido,

Não aportes energia aos meus relâmpagos apagados…

Por favor,

Não instigues os meus demónios cativos!

Não saberei lidar com eles,

Não saberei controlá-los…

Serei um deles…

 

Andarilhus

XVI : VII : MMX

publicado por ANDARILHUS às 08:46