Aqueles Que Instigam os Nossos Demónios Cativos
Não sou tempestade,
Nem vendaval.
Tão pouco incêndio
Ou irreverente vulcão.
Deixei há muito
O pensamento relâmpago
E a decisão faiscante.
Já ouço a idade
E açaimo o animal;
Já folheio o compêndio
E aceito que há Razão.
Fiz as pontes
Sobre os rasgões e cicatrizes
Dos meus pungentes Sismos!
Cosi os remendos
Sobre os buracos e nudezes
Dos meus loucos abismos…
Já chega… Já basta…
Não queiras que eu seja o que tu és
E aquilo que não quero ser.
Tenho cartilha, tenho visão
Próprias: Não as renego, não as enjeito.
Não movas a roda da fortuna,
Não faças tanger a roda dos órfãos
Em vã e egocêntrica esperança.
Não arejes os meus ventos esquivados,
Não atices os meus incêndios congelados,
Não abras crateras no meu vulcão adormecido,
Não aportes energia aos meus relâmpagos apagados…
Por favor,
Não instigues os meus demónios cativos!
Não saberei lidar com eles,
Não saberei controlá-los…
Serei um deles…
Andarilhus
XVI : VII : MMX