Terça-feira , 10 de Agosto DE 2010

Por Ti Seguirei... (13º episódio)

 

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(continuação de http://galgacourelas.blogs.sapo.pt/47815.html)

Dada a sua colaboração, o interrogado teve uma morte rápida e quase sem dor. Suprimiram os cadáveres de todos os seus pertences e esconderam-nos no bosque. Numa bolsa do chefe Arevaco encontraram 2 placas de cera com as credenciais passadas pelo próprio Cordus Paulus Vallis. A impressão do seu anel assim o provava. Podia ler-se na mensagem: “Ave. Eu, Cordus Paulus Vallis, vos escrevo. Estes ilustres aliados Arevacos seguem na nossa vanguarda, para vos alertar do perigo. Chegaremos 2 a 3 dias após lerdes esta missiva. Tratai-os bem, com honras e confiança. São dignos da amizade do povo romano. Saudações.”

Os Celtas tinham de ser rápidos e aproveitar bem a oportunidade que a fortuna lhes havia dedicado. Reuniram-se no acampamento.

Face à vizinhança entre Vacceus e Arevacos, à aculturação recíproca e mesmo à grande semelhança física, Gurri e os da sua tribo vestiram as roupas dos liquidados. Consigo e na direcção do campo romano seguiriam também Alépio e mais 2 Brácaros, num total de 19 guerreiros. Os restantes seriam liderados por Rubínia e Zimio, no ataque ao muro Sul, tal como constava no plano inicial. Abandonaram a ideia de entrar furtivamente a Norte. Agora, possuíam um salvo-conduto.

Assim que terminaram as tradicionais oferendas e preces às divindades, segundo a tradição e o panteão de cada clã, saudaram-se e despediram-se.

Zimio verificava ao pormenor a preparação das armas de arremesso. Rubínia partira com 5 camaradas na direcção na nascente do pequeno rio que alimentava de água o assentamento romano. Já bem a montante, obstruíram o leito do rio, desviando por vários pequenos canais que se perdiam pela terra seca da montanha. A água esgotar-se-ia lentamente a jusante.

Entretanto, o grupo de Gurri acercou-se da entrada principal do reduto Romano. Felizmente eram outras as sentinelas, pensava Gurri, desejando igualmente que Maxílio também não aparecesse por ali, colocando em risco o desfecho da acção. Dirigiu-se aos guardas.

- “Vimos de Ardósia, da parte de Cordus Paulus Vallis. Leva-nos ao teu comandante. Devo entregar-lhe uma mensagem.”

O Romano reconheceu-os como Arevacos e não suspeitou. Abriu os portões, chamou mais 3 legionários e conduziu-os até ao pavilhão central. Informou os superiores.

Da grande tenda saiu um indivíduo destacável, de porte robusto, tez muito morena e pequenos olhos claros. Era Marcus Minucius Rufus, Cônsul enviado pelo Senado Romano para dirigir o avanço na Ibéria. Encarou Gurri. Este, de imediato, entregou-lhe as tábuas de cera. Leu-as, calmamente.

- “Grande malandro este Cordus Vallis. Desde pequeno que tem a mania que é o grande chefe militar. Ainda não sabe que estou por cá. Bem, se vos quer como amigos, serão também nossos amigos. Instalem-se dentro da cerca, onde bem entenderem. Libertaremos algumas tendas para vós. Da mesma forma, sereis tratados como romanos, em tudo. Agora dizei-me: a que perigo alude Cordus Vallis? E por que considera necessário deslocar para cá outra Legião?”

Gurri desceu do cavalo, fez uma vénia e respondeu: -“Apesar dos nossos maiores esforços uma numerosa coluna militar celta conseguiu atravessar o planalto central da Ibéria, para reforça das forças de Aníbal. O Senhor de Ardósia julga que isso vos coloca em perigo, sobretudo porque a concentração de prisioneiros que aqui tendes poderá ser uma tentação para os púnicos. E, Senhor, talvez isto seja um sinal: quando para cá nos deslocávamos e já aqui bem perto, aprisionamos estes 3 Celtas, que pareciam explorar as proximidades. Eram mais, mas os outros fugiram.”

-“Muito interessante. Somos-vos gratos, amigos. Levem os 3 “cães” para as galerias dos prisioneiros. Mais tarde vamos arrancar-lhes umas unhas, ou mesmo os dedos, para ouvirmos tudo o que deles queremos saber.”

-“Permiti, Senhor, pedir para montarmos o acampamento à nossa maneira. Agradecemos as tendas, mas não lhes estamos habituados.”

- “Muito bem. Sigam os guardas até à área de cárcere. Aí tereis muito espaço para assentar os vossos costumes arraiais.”

Alépio, na figura de prisioneiro, escondeu o rosto na direcção do solo – para que não lhe vissem a expressão – e sorriu. Gurri fora formidável. Conseguira exactamente aquilo que era desejável para o plano.

Pelo pôr-do-sol, os falsos Arevacos instalavam-se lentamente junto da grande fenda. Os pretensos capturados já estavam abaixo, enclausurados. Uns e outros começaram a tratar do que se projectara, para noite dentro.

Alépio, assim que chegou ao fundo do calabouço, procurou os da sua tribo e os das tribos suas vizinhas. Procurou afincadamente Tongídio. Porém, eram realmente muitos e de diferentes partes do mundo. Talvez fossem dois milhares de homens de Aníbal. Nem o próprio General deveria saber que eram tantos.

Apanhado desprevenido pela dimensão dos efectivos, resolveu espalhar a palavra. Pôs a correr de boca em boca que um enviado de Aníbal pedia aos chefes de cada clã, de cada povo, que se apresentasse na galeria maior da fenda, o mais breve possível. Aí, aguardou.

Começou a vê-los chegar: os Numídias e outros africanos, nomeadamente do Magrebe, os Gregos, os próprios Cartagineses, povos itálicos, os diferentes povos da Ibéria, reconhecendo de imediato os seus irmãos.

- “Companheiros de armas, sou Alépio, dos Brácaros. Serei breve porque o tempo urge. Confiai em mim e não coloqueis questões. Estamos a preparar a fuga de todos. Deixar-me aprisionar, faz parte do plano. Em breve algumas armas cairão aqui no fosso, para que haja aqui também gente armada e que posso ajudar a combater os romanos. Temos amigos dentro e fora do campo, prontos para começarem as hostilidades. Quando vos der o sinal, devemos correr pela rampa até ao grande portão. Alguém o abrirá. Daí evadir-nos-emos pelas portas Norte.”

- “E como podemos confiar no que afirmas? Como sabemos que tudo não se trata de um truque romano para nos abater?” Interpelou um “tronco” africano.

- “Porque eu dou garantia das palavras de Alépio. Conheço-o bem, assim como muitos outros que aqui estão o conhecem. É como um irmão. É um dos maiores guerreiros de Aníbal.” Ouviu-se ao fundo, em tom forte e que se aproximava pela multidão.

Era Tongídio. Sem dúvida, também ali era um líder. Aproximou-se de Alépio, olhou-o firme e profundamente. Abraçou-o, fraternalmente.

-“Só um louco Brácaro como tu é que se metia em tamanho sarilho! Deixar-se capturar para se juntar aos que pretende libertar?! Perdes-te o juízo, definitivamente!

-“É bom ver-te grande urso azul. Está cá mais alguém que te deseja ver, bem mais intensamente do que eu…

-“Sim?! Quem? Meus irmãos? Meu pai?

-“Não. Alguém que ainda te é mais importante. Alguém que tem a mesma força e vontade que o grande urso azul… Rubínia, tua mulher.”

-“Rubínia? Aqui? Mas, ela corre perigo, com tantos romanos por perto. Eu que fiz tudo para a afastar da guerra, e agora… Malvada mulher!

-“Calma Tongídio. Os Romanos é que correm perigo com a tua mulher por perto. Se tu a visses a lutar, se tu a visses a dominar os adversários… Mas, para já, ouçam-me todos: avisem os vossos guerreiros e preparem-se. Tudo irá ocorrer muito rapidamente. Vou-vos explicar com mais detalhe...”

Com o escurecer, os Celtas no exterior colocaram-se de forma a terem o campo romano ao alcance dos arremessos das fundas e dos arcos.

No interior, os simulados Arevacos, estudavam as voltas das patrulhas e a posição dos legionários nas redondezas. Traziam muitas armas escondidas. Amarraram-nas a pontas de cordas e, a coberto do lusco-fusco, desceram-nas até às grutas. Eram apenas algumas dezenas, mas já ajudariam, sobretudo os arcos e as flechas. Como aliados, os Arevacos tinham o privilégio de circular pelo campo, metendo conversa aqui e ali. Alguns entraram em amena cavaqueira com os legionários das portas Norte e outro grupo foi para junto dos guardas da prisão. Falavam das casas e das insulae que deixaram em Roma e arredores, das famílias, hábitos e da grandeza da grande capital. Os iberos puxavam-lhes pela língua, elogiando-os, distraindo-os e conquistando alguma confiança.

Concomitantemente, o pequeno ribeiro carregava cada vez menos água. Como ainda ia servindo para a refeição tardia e matava a sede, os Romanos não se preocuparam com a descida anormal do caudal. Em abono da verdade, as trevas da noite também ocultavam substancialmente a redução constante do curso.

Da sorte dependia o sucesso das manobras, mas quanto ao plano, tudo estava a correr maravilhosamente bem e acertado.

(continua…)

 

Andarilhus

X : VIII : MMX

publicado por ANDARILHUS às 19:50

Por Ti Seguirei... (12º episódio)

 

https://1.bp.blogspot.com/_uGI202fCh08/R1ACbV_p17I/AAAAAAAAABc/zqKtP0o56vo/s1600-R/celtas.jpg

 

(continuação de http://galgacourelas.blogs.sapo.pt/47407.html)

Quando chegaram à base de apoio já os seres nocturnos se manifestavam há muito. Alépio e Brági ficaram ostensivamente para trás, como medida preventiva para o caso de serem seguidos. Não havia novidade e, assim, rapidamente se juntaram aos outros num, uma vez mais, frugal e mal iluminado repasto.

De facto, o importante era mesmo o êxito da recente expedição. Alépio estava quase eufórico e, não fora a situação melindrosa em que estavam, até teria ganas de fazer uma festa. Havia visto e reconhecido muitos dos seus homens, entre os prisioneiros. Alguns dos quais, amigos de infância e outros que tal.

-“Digo-vos: todos - os que vi - estavam de perfeita saúde. Algo tristonhos, mas isso é natural. Os Romanos querem-nos realmente em boa forma. Estão a tratá-los bem. São muitos e provavelmente não vi a maioria, porque também, entretanto, aquele tribuno aproximou-se e exigiu explicações para a nossa presença… De toada a maneira, são mais do que os que tinha visto há muitas luas atrás. Devem ter reunido aqui uma boa parte dos prisioneiros que conquistaram a Aníbal.

-“Viste Tongídio?...” Perguntou Rubínia.

-“Não. Lamento. Mas isso não significa que não esteja entre eles. Vou contar-vos o que eu e Brági fizemos, quando nos expulsaste da tenda. Hehehhe, que grande golpe, Gurri! Magnífico!

Gurri, já estava perfeitamente imiscuído com os novos companheiros, alinhado com os seus objectivos e com a mesma vontade obstinada. Agora, já descontraído, soltou igualmente uma gargalhada, em reacção a Alépio. Este prosseguiu: -“Logo que saímos da tenda, pusemo-nos a caminho da paliçada Norte. Assumimos uma atitude descontraída: mãos atrás das costas, ora assobiar, ora a tagarelar. Fomos andando, admirando alegremente a sofisticação romana. Os legionários estranhavam a nossa passagem, mediam-nos com o olhar, mas não nos incomodaram até aí. Chegados ao extremo, viramos a Leste e foi então que vimos uma mudança radical da paisagem. Os Romanos não construíram o campo fortificado por acaso naquele sítio. Há um bom motivo para a sua localização. Pois oiçam e pasmem: a acompanhar uma boa parte do muro Norte, existe uma fossa natural de gigantesca dimensão. Parece que arrancaram dali uma montanha pela raiz, deixando um descomunal buraco no chão. Só alguém poderoso com Larauco o poderá ter realizado. Essa monumental cavidade tem uns bons 8 homens de altura e, dentro, está rodeada de muitas pequenas grutas. É nestas que se abrigam os nossos cativos camaradas. Parece um acampamento lítico. Este cárcere de pedra tem uma só saída a Leste, através de uma rampa serpenteante interna, que desemboca num grosso portão, ladeado por duas torres de vigia. A toda a volta tem uma forte presença da guarnição, com patrulhas constantes, que vão circundando o fosso.”

Brági também interveio: -“Os que estão encerrados não têm qualquer possibilidade de fuga se não forem auxiliados de fora. De cima, os legionários facilmente esmagariam qualquer revolta, antes mesmo que eles conseguissem alcançar o portão…”

-“Por isso, temos de planear bem o assalto e a fuga. Somos poucos e não teremos qualquer hipótese se não conseguirmos soltar os nossos irmãos antes que os romanos tentem reagir”, atalhou Alépio.

-“Só naquele quinhão de terreno devem estar instalados muitas centenas de soldados inimigos. Temos de os afastar de lá. Criar uma manobra de diversão e atraí-los para longe. Só depois, atacar ferozmente e sem piedade, libertando rapidamente os prisioneiros e armá-los também. Então será a debandada geral, dada as diferentes proveniências dos militares púnicos. Nessa altura também teremos de ser lestos na reunião dos que pertencem aos clãs célticos e iniciar a fuga, aproveitando a confusão que reinará nas hostes romanas.” Gurri mostrava a sua sabedoria na arte de guerra.

Rubínia, que já estava a imaginar o cenário da batalha, também quis partilhar a sua visão: - “Exactamente, precisamos de um artifício que engane os itálicos. Vamos ter de dividir a força. Considerando que só nos resta atacar de noite, poderíamos colocar uma vintena de homens no exterior do muro Sul - no oposto do objectivo - a arremessar projécteis contra o campo. Primeiro, com fundas, atirariam pedras aos vigias e, de seguida, disparariam setas incendiárias para cima das tendas. Tenho a certeza que arderão facilmente e produzirão forte efeito. No escuro, e bem munidos de arcos e fundas, iludiremos o inimigo que imaginará que tem um pequeno exército à porta. Podemos também, incendiar a vegetação a Oeste e dar ideia que estamos concentrados no flanco Sudoeste. E, se desviarmos o pequeno curso de água que atravessa o arraial inimigo, eles não terão água para combater o fogo e serão forçados a centrar nisso o seu esforço.”

-“Excelente também, Rubínia!”, aprovou Alépio. – “Agora, só nos falta o plano para entrarmos a Norte, enquanto os Romanos nos procuram a Sul. Vamos ter silenciar as sentinelas, galgar a paliçada e investir em duas frentes, os guardas que permanecerem junto do portão da entrada do fosso e abrir a porta Norte da fortaleza para, por aí, escaparmos posteriormente.

- “Para isso vamos necessitar de cordas, com espigões nas pontas, para se agrilhoarem aos topos dos troncos da paliçada. Alguns dos meus Vacceus são especialistas em movimentos furtivos. Começarão por aniquilar os vigias. Quando a passagem estiver livre, entraremos todos e atacaremos conforme determinou Alépio.”

- “Vamos então repousar. Amanhã temos muito que fazer. Em Sekia encontraremos as cordas, os arcos, as flechas e os outros materiais que necessitamos. As transacções têm de ser feitas sem levantar suspeitas. Seremos mercadores de artigos bélicos. Iremos à civitas em dois grupos: o principal e o de apoio, que estará sempre por perto, mas sem que se comuniquem. Depois preparamos tudo e atacaremos na próxima Lua. Que a Senhora da noite nos seja auspiciosa e benéfica.”

Tal como previsto, deslocaram-se a Sekia. A operação decorreu normalmente. O grupo de seis, com funções de adquirir as mercadorias, cumpriu a sua parte diligentemente, bem como os oito homens que se faziam passar por mercenários se mantiveram sempre prontos para as eventualidades que pudessem surgir.

No regresso, mais um golpe do destino abriu nova perspectiva nos planos.

A comitiva da frente, disfarçada de negociantes, foi abordada pouco após ter ingressado no caminho principal e que levava ao campo romano. Tratava-se de uma pequena formação de Aravecos que seguia um pouco atrás, na mesma direcção. Adiantaram-se a Gurri e aos seus e barraram-lhes o caminho. Cercaram-nos.

O líder iniciou a conversação: -“Quem sois vós que passais tão descansadamente por nossas terras? Não tendes receio de perder as mercadorias, assim tão parcos de homens de armas? Qual é o vosso destino? Serão as paragens dos nossos desprezíveis vizinhos, Iacetani?

Gurri, impávido e sem mostrar qualquer nervosismo, respondeu: - “Somos mercadores, Vacceus. Levamos armas ao campo romano. Há itálicos que gostam de coleccionar armamento autóctone e levar recordações para a pátria.“ Deu um esticão ao cavalo e obrigou-o a fazer um círculo. Viu o que queria, o grupo de Alépio já estava nas redondezas e tomava posição, escondido entre a vegetação.

- “Vacceus? Hum, os guerreiros das tuas tribos andam um pouco desnorteados, sem saber bem o partido que tomar. Continuam com medo de lutar, como se fossem mulheres prenhas. Vamos precisamente para o reduto dos nossos aliados Romanos, preveni-los que um grupo importante de Celtas passou a caminho de Nova Cartago. Preparamos-lhes uma boa armadilha. Contudo desconfiamos que os teus roeram a corda e deram com a língua nos dentes. Sigamos então todos ao forte romano e ver se eles ainda vos compram as armas ou se vos enforcam nas cordas desses arcos que aí levam”, gracejou, o Araveco.”

Uma vez mais, clarividente, Rubínia usou da astúcia. Os ataques às caravanas de seu pai, Físias, resolviam-se muitas vezes atiçando a cobiça dos salteadores. Lembrou-se do que havia aprendido e, num movimento pujante, atirou para o chão a bolsa das moedas, espalhando-as abundantemente pelos pequenos arbustos do caminho.

Os Aravecos menos disciplinados lançaram-se sofregamente das montadas à cata do vil metal. O caudilho dos opressores observou o movimento, ainda sorridente. Quando encarou novamente Gurri sentiu, apenas por breves momentos, a lâmina fria da arma do oponente a embeber-se no seu pescoço, cortando-lhe o ar e a palavra, tombou e não mais se moveu. Os que continuavam montados, também não tiveram tempo de reacção: Zímio, com dois golpes contínuos, rasgou profundamente o peito de um e rachou o crânio de outro; Rubínia empinou o cavalo e quando este descia, também a sua arma caiu tensa no ombro do Areveco que tinha ao alcance; Gurri já tinha abatido um segundo inimigo; e os restantes foram trucidados sem contemplações. Os que estavam apeados, ao verem a carnificina, tentaram fugir para o arvoredo, mas Alépio e os seus sentenciaram o seu destino. Apenas pouparam um, para interrogar.

O Araveco sobrevivente, trémulo, relatou tudo quanto sabia: vinham do campo militar romano de Ardósia, a Norte de Numância, com a missão de informar o campo romano junto a Sekia, onde guardavam os prisioneiros, alertando-os para o perigo potencial de um ataque de Aníbal, face ao incremento das suas forças com tropas celtas frescas. O praefectus legionis de Ardósia, Cordus Paulus Vallis, recomendava inclusivamente que enviassem imediatamente os prisioneiros para Roma. Era demasiado arriscado manter tantos prisioneiros reunidos, mesmo à sombra de uma Legião inteira. De qualquer forma, enviava mais uma legião, das duas que tinha sob seu comando, para reforçar a área de Sekia, enquanto não se livrassem desse peso e chamariz de ameaça.

Na verdade, os Aravecos eram apenas uma chusma de batedores. A Legião de reforço estava apenas a dois dias de marcha.

(continua…)

 

Andarilhus

X : VIII : MMX

publicado por ANDARILHUS às 08:23

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