A Solidão de Platão
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Se soubesses
Há quanto tempo
Me perco no tempo
Em círculos, sem prazo,
Sempre a correr
Plantado como um girassol
Onde te vi
Pela última vez;
Se soubesses
O tamanho longo
Deste comprimido espaço
Onde me quedo
Em viagem sem fim
De romeiro ao momento
Quando te senti
No derradeiro adeus
Com que me deixaste
Em espera,
Preso algures
Entre os idos e o advir,
Sem ser presente,
Retido no instante
Da expectativa
Que não amarra
Mas oprime
E não consente
O arrombar âncoras
Enfunar as velas
E levitar
Pelo mar
Das novas direcções…
Se soubesses
Que sempre que te fito
Procuro-te
Naquele tempo
E naquele espaço,
Buscando uma faísca, um sinal
… um olhar cúmplice,
Que me transporte
Contigo
Para a perpétua idade
Da PAIXÃO!
Amor só… não contenta;
Platão só… não faz mover o Mundo…
Andarilhus
XXVI : I : MMXI