A Demência da Teimosia
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Remar, remar, remar
Com o barco encalhado
Em atol de densos enigmas,
Encharcado em incertezas e intimidações.
Correr, correr, correr
Descalço, sôfrego,
Sobre os cacos esmigalhados
Das telas esquecidas, banidas,
Sangrado o coração vencido.
Ensandeceste?!
Abriste a porta ao diabo
Que te dirige
Como marionete do destino?!
Desperta!
Respira, respira, respira,
Esfumaça a loucura,
Exorciza as forças malignas
Que te sopram ao ouvido,
Que te latejam na mente…
Desperta!
Desperta!
Não te deixes vencer pela fantasia,
De vida mais cómoda,
De advir de facilidades,
De amores de galanteio,
Por sonhos que te impingem
Para te levarem…
Não te iludas com terras prometidas…
Remar, remar, remar,
Sempre
Nem que se calcinem os remos.
Submergir o atol; colar os cacos.
Correr, correr, correr,
Fulminante,
Para enxotar os enigmas, as dúvidas
E calcinar a ferida rasgada no peito.
Desperta!
Respira, respira, respira,
Esfumaça a loucura,
Exorciza as forças malignas
Que te sopram ao ouvido,
Que te latejam na mente…
Desperta!
Desperta!
Não te deixes convencer,
Pelas vozes
Que te oferecem alvissaras,
Que te seduzem com acenos de felicidade
Que te cativam com comoções, desassossegos,
Que te juram um reino e um trono de rainha…
Cuida
Que a demência da teimosia
Gera desfechos imprevisíveis,
Avança impiedosamente,
Afeta a vida de todos aqueles
Que nutrem verdadeiro querer e se preocupam
Com o teimoso.
Respira, respira, respira,
Desperta deste maldito pesadelo!
Andarilhus
II : VII : MMXV