Quinta-feira , 08 de Outubro DE 2015

Não se murchem as flores

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Com o cisma provocado pela cisma da lida

Os que muito se amavam

Abriram brecha crescente entre si

Preenchida por um mar negro

De cardumes de fúrias e culpas.

Murcharam as flores da partilha e do querer,

Agitaram-se tempestuosas as águas turbas

Até que Neptuno domou o mar das lamúrias.

E foi então

Que começaram a lançar amarras, a construir pontes entre si,

Entre as opostas margens.

Aos poucos, regressou o diálogo e a partilha, até ao encontro

Bem no centro da ponte mais bela e robusta,

A ponte que firmava tenazmente as duas orlas.

Faltava um derradeiro passo, mas ele disse-lhe:

- “Vamos derrubar as pontes e cortar as amarras!”

Estranho pedido, que tudo parecia deitar a perder,

E ela, com pasmo triste, mais não soube dizer:

- “Se assim o queres…”.

Sorriu, então, o tolo enamorado: - “Quero e quero muito!

Desfazemos as ligações desnecessárias pois vamos encostar as margens!

Unimos as terras, e muito juntinhos, em cumplicidade e carinho,

Trocamos sementes e brisas,

Que farão renascer as flores do nosso amor!”

Ela suspirou com os olhos a brilhar,

Onde refletia já um belo jardim, perfumado e radioso,

O seu Lar, onde se amavam e, em ternura,

Educavam e brincavam com os filhos.

Acabara-se o cisma, jamais murchariam as flores…

 

Andarilhus

VIII : X : MMXV

 

publicado por ANDARILHUS às 18:40
Segunda-feira , 05 de Outubro DE 2015

O Mal que vem por Bem

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Quando as adversidades assomam,

Por mais sofrimento que acresça,

Não nos conformamos,

Não nos rendemos à fatalidade.

Nem que de pedra se faça a boia

Para nos mantermos à tona

Nas águas do desespero e da tristeza;

Nem que de chumbo se façam as penas das asas

Para nos mantermos a pairar

Nos pântanos da desilusão e do desânimo;

Nem que de papel de seda se faça a corda

Para nos mantermos suspensos

Nas crateras vulcânicas da aflição e da mágoa.

Insurgimo-nos contra as agruras!

 

Quando os grandes infortúnios assomam,

Somos, realisticamente, colocados à prova

E é então que mostramos o nosso genuíno caráter,

E descobrimos o quanto não nos conhecíamos,

(Apenas presumíamos, até então).

Muitas vezes, de uma Má experiência,

Muitas vivências, das nossas múltiplas dimensões,

Transformam-se em BEM,

E a nossa vida muda radicalmente… para Melhor,

Uma melhor pessoa, um melhor individuo!

 

Andarilhus

V : X : MMXV

 

publicado por ANDARILHUS às 07:55
Quinta-feira , 01 de Outubro DE 2015

A Torre

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Desmoronam-se as certezas

Sobre quem somos,

Afinal pode existir Deus,

Afinal esvoaçam anjos à solta,

Para nos darem algum conforto

Nas nossas inexistências

Ou a Luz como um sonho para os nosso tapados olhos,

Ou o movimento de vida para as nossas apagadas mentes,

Preenchemos os dias como sonâmbulos

Inebriados pelo sopro da compaixão lamentada dos divinos…

Afinal forjaram-nos imperfeitos,

Somos peças com defeitos,

Algures, na criação,

Perdemos a universal dimensão

Da pureza do sagrado.

E por isso te digo:

Se eu pudesse enviar-te o meu coração

E te fosse possível escutá-lo diretamente,

Sem a tradução da razão,

(Minha e tua)

Instintivamente compreenderias

O quanto (confirmei que) te amo!

 

E Deus, antes de nos recolher e refazer,

Mantêm-nos em mundos suficientes

Onde adormecemos sem percebermos,

Onde se disfarçam as fraquezas…

Todavia,

Na sua infinita omnisciência

Permite aos não acomodados

A decisão de despertar do sonho induzido.

E assim decididos

Abalados até às convicções primordiais,

Enterra-se o oásis, emerge o deserto,

Até que um dia, mais cedo ou mais tarde,

Sofremos duramente com a verdade:

Encarar a realidade sem o afago do Criador

É uma brutal crueza!

Desde o chão árido

Reconstruo a minha torre

Com a ternura da memória

Do teu sorriso, do teu abraço,

Do teu beijo, da tua doçura e carinho,

Do teu amor…

Por isso te digo:

Se eu pudesse enviar-te o meu coração

E te fosse possível escutá-lo diretamente,

Sem a tradução da razão,

(Minha e tua)

Instintivamente compreenderias

O quanto (confirmei que) te amo!

 

Seria, talvez, mais fácil pedir a Deus

Que me voltasse a adormecer

Descuidar o meu olhar nos oásis aparentes,

Mas não me rendo às forças que te oprimem,

Sigo a caiar de alvura a minha torre

Para que te sirva de farol

Por entre as águas revoltas do diluvio!

E a Deus

Peço-lhe que te desperte a ti

E assim te possa dizer:

Se eu pudesse enviar-te o meu coração

E te fosse possível escutá-lo diretamente,

Sem a tradução da razão,

(Minha e tua)

Instintivamente compreenderias

O quanto (confirmei que) te amo!

 

I : X : MMXV

Andarilhus

 

publicado por ANDARILHUS às 19:25

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