O Voar Rastejante

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Ave da metamorfose,

Segues viajante

Pelo tempo

Ausente do presente

De pouso em pouso,

De regaço em regaço.

Esvoaças em círculos

De tudo sobre os outros demandar,

De tanto noutros ensaiar,

… E, não és humilde:

Despida da tua engalanada veste de penas,

És persistente na tua exigência,

És inflexível no teu rapinante feitio.

 

Ave transviante,

Segues evasiva

Roubando o tempo

Da partilha, Da confiança,

Surda às vozes da tua companhia.

Pairas contida e calculista,

No espaço de mais uma vivência,

No espaço de mais uma experiência,

Cativa da tua própria prevalência.

… E, não és concórdia:

Despida da tua engalanada veste de penas,

És obstinada na negação ao próximo;

És incauta no desleixo ao rogo.

 

Ave de passagem,

São fortes os auspícios,

Que jamais toparás o teu lugar

Acaso não invertas esse teu voar

Depenado de atenção

Por quem te cicatriza as asas

E te volta a lançar no ar.

… Ave hirsuta

De autoritária plumagem,

Não debiques o meu coração;

Leva-o antes

Alado pela paixão

Por teu formoso género

Por teu melodioso ser,

Em apertada comunhão…

 

Andarilhus

XXIII : IV : MMX

publicado por ANDARILHUS às 17:24