Trilogia II

Episódio II : Novo Céu e Respirar

Predilecta

 

Reservo-te a luz,

Preciosa,

Na penumbra da minha caverna

Secreta.

Sobre minha pele, projectas a cruz,

Da salvação desta mente copiosa;

Lucerna,

Para a via idílica predilecta!

 

Assentaste santuário

No flanco mais devastado

Do campo de meu pelejo.

Renovaste o sudário

Deste corpo cansado,

Rasgando a mortalha do desejo!

 

Do mistério ao segredo,

Tão estimulado,

Exalto o coração de menino,

Sem medo,

Na saudade de ser amado,

Na ousadia de um beijo ladino!

 

Anseia meu agro

Por semente;

Aguarda meu ar

Por volatilidades.

A mudança é meu consolo;

A letargia ao esquecimento consagro,

Enquanto salto entre passado e presente,

Em decidido acordar,

Numa só, atravesso muitas idades,

E atino caminho para a lógica do tolo…

 

És a estrela no meu crepúsculo,

O agasalho nos frios da minha vigília.

Por cada hora que marca o meu destino

Entrego-te 60 segundos do meu ser.

No oráculo devoto meu ósculo

Entre entes dos deuses família.

Andarilho, do profano ao divino,

Na busca de teu coração, para aí, enfim, jazer…

 

MMVI : II : XIV

...Tempo de renovar e renascer...

XI VIII MMVI

Andarilhus

 J.Pópulo
música: Dead Can Dance: Ariadne
publicado por ANDARILHUS às 08:50