O Sol Invictus
http://www.wendycarlos.com/eclipse/01fin.jpg
Até que desenlacem os braços do meu Sol,
Estranharei todas as sombras,
Os agouros de runas.
Combaterei as alucinações
Dos calores postiços;
Vaguearei por oásis de areia ressequida
Refrescarei no deserto de lágrimas dunas.
Até que do meu Sol venha o abraço do amor,
Escorraçarei os falsos messias
Não crerei nas promessas de santos idólatras
Nos odores de incenso de bolor
Das catedrais frias
De deus ou do homem;
Dormitarei na solidez das casas ruídas
Acordarei nos medos da prisão da lembrança.
Até que o meu Sol não seja reposto,
Ignorarei qualquer corpo estrelar
Não cingirei o sorriso no rosto
Não ensaiarei sinal de ressuscitar;
Serei cadáver para os necrófagos
Da Tristeza
Serei mar de faina para as rapinas
Da desgraça.
Até que o Sol, aquele Sol… O meu Sol
Se faça super-nova
Em estrebuchado resgate
Do definho no burilado negro encanto,
Incinerando as correntes de cera
Faiscando os cães de seda
Que lhe sugam as órbitas de luz
Que o tapam em obscuridades
E lentamente o esvaem de alma …
Não…
Sim, serei noite eterna de aguardar
… Sem madrugar.
Andarilhus
X : XI : MMX