Exodus

 UM PAR DE BOTAS: Trilho do Castelo (XXVIII : II : MMVI)

A tradição judaica, dentro do seu prolífero compêndio de narrações e episódios proverbiais, numa das obras mais belas produzidas pelo Homem e de inspiração superior - a Bíblia – relata, a certo momento do Antigo Testamento, a Passagem (Pesach) ou como todos conhecem, a PÁSCOA (adaptada depois pelo universo cristão). Conduzidos por Moisés, os Hebreus libertaram-se do jugo dos Egípcios de Ramsés II após muitos anos de cativeiro e rumaram à Terra Prometida.

Interessante esta ideia de “Passagem”. Muitas vezes, conscientes ou mesmo sem nos apercebermos, confrontamos a “passagem” nas nossas vidas ou mesmo nos nossos dias. Apesar de lhe resistirmos, escondendo-nos nos nossos recônditos calabouços, tomando a vontade servil e abafando os sonhos… chega sempre o dia da coragem para lançar as sandálias ao deserto. E, se estivermos preparados, nelas abotoamos os pés da esperança e da alegria renovada. RENOVAÇÃO! O corpo deixa de ter forças para reprimir o espírito e rende-se ao seu domínio: AVANÇAMOS sem temor! A Terra Prometida é já ali, numa nova cidade, numa nova rua, numa nova pessoa, num novo milagre… REDENÇÃO!

Nós que somos intrinsecamente impelidos para o pedestrianismo, encontraremos, a níveis diferentes, a renovação e a redenção a cada trilho que tomamos?

O eterno retorno ao sagrado original – a mãe natureza – depois de dias de “caos” na azáfama dos dias repetitivos e sensaboria dos postos ocupados nas instituições criadas pelo Homem, a remissão dos “pecados” e tentações provocados pela competição social. Serão estes motivos inconscientes para o êxodo e busca de exílio momentâneo em lugares afastados dos impérios e prepotências dos Ramsés dos nossos tempos? Afinal, porquê caminhar???!!!

[12 Abril 2006]

ANDARILHUS “(º0º)”

publicado por ANDARILHUS às 17:45