Epifania II

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Dos anjos e dos espíritos.

Se atendermos que há algo em nós que ultrapassa a nossa constituição física e que nos permite ter reflexões filosóficas sobre a vida e o seu sentido. Se, através da mente, conseguimos viajar no passado e projetarmo-nos no futuro, no tempo e no espaço. Se, no Universo, para a nossa dimensão, é avassaladoramente incomensurável o desconhecido face ao conhecimento. Se, para além das charlatanices – que também existem – por vezes somos confrontados com situações e episódios que a razão não compreende dentro das fronteiras das suas capacidades, e que são mais apercebidas por sensações emocionais e sentidos. Por tudo isto (e mais que agora não elenco) é natural aceitarmos – pelo menos como pensamento ou tese – que esse algo “especial” em nós poderá ser persistente, não perecível, e que pode continuar a existir após o colapso do nosso corpo.

O que lhe chamar? Uns designam de espírito, outros de alma, outros (mesmo que não se apercebam) - parece-me – de ANJO.

Os anjos, ou a nossa permanente existência metafísica, será o espírito a quem é confiada uma missão. Ou seja, os anjos são os seres imateriais em constante evolução por purificação. Para esta construção de pureza e acumulação progressiva da perfeição no BEM, recebem missões de guarda, auxilio, acompanhamento dos seres imateriais encorpados em pessoas, que por sua vez, se encontram também numa vida terrena como etapa para a sua transcendência no BEM. Assim, os anjos e os espíritos, em dialética de partilha, entreajudam-se nesta aprendizagem, neste crescimento, tendo de passar por formas corpóreas consecutivas, até que atingem fases em que, com a purificação crescente, se libertam da exigência física, permanecendo continuadamente numa existência espiritual, de luz, energia.

Este processo de melhoria e purificação acontece através da atribuição de provas, de trabalhos, aos espíritos. Devem ultrapassá-los neste mundo, dentro das circunstâncias de cada instância humana que assumem. Não se trata apenas da atribuição de um corpo; é-lhes também endossado um contexto e um caminho de vida, onde se cruzam com outros espíritos e anjos.

Avento também que o anjo não se limita a vir em auxílio a outro espírito/anjo. Ele próprio é colocado à prova, tendo de demonstrar a sua capacidade, a sua entrega e o amor que assume no desempenho desse apoio, desse companheirismo. O seu cuidado em prol do outro mostra até que ponto está disponível, está disposto a entender, a perdoar, a ajudar a corrigir, a sofrer quando é de sofrer a rir quando é de alegrar… Ser anjo é, portanto, também uma condição de exame, de aprendizagem, de crescimento no mundo espiritual.

Se, nas versões clássicas, se diz que o anjo vem para zelar pelo Homem (no seguimento destas ideias: Homem = espírito numa forma física humana), acrescento a dialética de que o Homem está cá para o anjo exercer a sua natureza e evoluir na sua essência.

O anjo não tem de ser invisível ou possuir aquela imagem tradicional da túnica, semblante nórdico e asas. Pelo contrário, o anjo, tal como os demais espíritos encorpados, tem também uma presença terrena, sendo uma pessoa comum entre os demais. É pelas ações e pelo compromisso que se distingue. Poderá ele próprio não saber que é anjo ou que tem a seu cargo acompanhar um semelhante. De todo o modo, se vigia ou guarda um ser, fá-lo por natureza e não por consciência. Mesmo ignorando-o, tem uma missão entranhada dentro de si, a qual levará avante de forma espontânea. É o amigo incondicional e sempre presente.

E é aqui que me vejo contigo. Tu és o meu anjo. O anjo que foi designado para me ajudar aprender e evoluir na minha condição de ser imaterial. Acredito, também, que esta relação é dialética, e eu serei a entidade indicada para te acompanhar e auxiliar a enfrentares, a passares e a superares as tuas provas.

Sinto também, que esta interação entre espíritos/anjos não se concretiza numa só vida corpórea. Por isso, quando te conheci há já bastantes anos, tive - e julgo que te referi isso, oportunamente – a sensação de já te conhecer de outras “andanças”.

Sinto que tu és o meu anjo dialético e que, queiramos ou não, vamos ainda passar por mais existência(s) juntos, porque fomos incumbidos de sermos o apoio mútuo, os companheiros sem idade, a equipa unida para transpormos as provas que nos vão colocando.

 

Se for este o meu desígnio, a minha missão, é uma honra transcendente ser o teu anjo/espírito de companhia.

 

Andarilhus

XIV : IX : MMXV

 

publicado por ANDARILHUS às 19:17