O ensejo de ressuscitar sem morrer

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(O renovo de cada dia vindouro)

 

Vem até mim, amor,

Esgueira-te por gesta e lavra

Do coração em tanto sentir,

Esgueira-te por entre tormentas e reveses

Panaceia dor; repreende a palavra

De cada vivência mal colhida.

Apenas fardeis felizes traz no teu fugir

E os desejos de promissora vida.

Livra-te de tristeza, receio ou penhor,

De estrelas paridas nas oficinas da léria

E, sem distrações, segue os dedais

Que pelo carreiro enfileirei,

(Com carinho te o ilumino até mim)

Pois eu

Desejo beijar-te com fervor

Sob visco e azevinho

Anseio abraçar-te

Em grinalda de fino linho…

 

Em cada eu

Há uma multiplicidade tua;

Em cada gesto meu

Há mimica da carícia no rosto teu.

Tenho um mundo erguido

No querer-te por Sol e Lua,

Como dedicado esposo,

Como dileto amigo;

Tenho um firmamento escorado

No querer-te agasalhar em ternura

Por noite e dia,

Como abnegado confidente

Como incondicional companheiro.

Não te esqueças…

Sem distrações, segue os dedais

Que pelo carreiro enfileirei,

(Com carinho te o ilumino até mim)

Pois eu

Desejo beijar-te com fervor

Sob visco e azevinho

Anseio abraçar-te

Em grinalda de fino linho…

 

E tu, mulher querida,

Que com a tua própria dor

Expiaste este espírito tresmalhado

Brandindo a revolução e o condão

De me fisgares para a tona

Onde pude reapreciar a vida,

Onde pude resolver renascer…

Por muito que me deste

Não deixo de rogar

Por tua atenção, por tua bondade,

…Por teu amor,

Para que me sigas acompanhando

No renovo a cada dia vindouro,

No ensejo de ressuscitar

A cada dia, contigo… sem morrer!

Por isso, não te esqueças…

Livra-te de tristeza, receio ou penhor,

De estrelas paridas nas oficinas da léria

E, sem distrações, segue os dedais

Que pelo carreiro enfileirei,

(Com carinho te o ilumino até mim)

Pois eu

Desejo beijar-te com fervor

Sob visco e azevinho

Anseio abraçar-te

Em grinalda de fino linho…

(Escuta)

 

Andarilhus

IV:II:MMXVI

publicado por ANDARILHUS às 07:38