Pedro: a “pedra” do carinho
Ainda és flor a espreguiçar,
Qual céu a desfraldar a alva;
Ainda és Sol a estremunhar,
Tal noite incipiente a dissipar.
Porém, já em ti despontam
Juvenis asas de gaiato,
Inquietas por sorrir
Entre ventos de espírito ladino,
Imitando as ladainhas dos teus traços,
À porta do Mundo por descobrir.
Quando espraias o olhar traquino
Revelas o enlevo de pupilo
Na lição do SER com ternura,
Em cada um dos teus abraços,
Intensos no brilho do teu júbilo;
Quando agitas o espírito de catraio
Perfumas o ar de candura,
Pintas viçosos rouxinóis de alegria,
Num permanente novo ensaio,
Pelos genuínos sibilos da fantasia
De criança que faz da felicidade melodia.
Assim cresces!
Aprendendo e brincando,
Os desafios vão surgindo.
Mas tu superas, ágil,
As dificuldades e as novidades,
Sempre “malandro”, sempre rindo,
(Mesmo assustado ou frágil!)
Avançando pelos degraus de todas as idades.
E assim medras!
Nasceste de um sonho lindo,
Que em doce semente se deu a conhecer
Neste miúdo amanhecer primaveril;
A vida vais recebendo e construindo
Como fruto a amadurecer.
Mas não esqueças que afinal,
Mesmo após adormecido o génio pueril,
Podes sempre olhar atrás
E recuperar o sorriso do olhar de catraio
Na sua perfeita pureza inicial.
Pedro Santiago,
Meu querido filho,
(Como disse ao teu irmão Rafael
E direi à tua mana Sara),
É minha prece desejar que na tua existência
Haja sempre grandes desafios,
Mas nunca obstáculos intransponíveis.
Por isso,
Enquanto facultado de consciência
Será minha paixão, será meu papel,
Procurar garantir o BEM para ti
E apoiar-te na robustez das plumas
Que te sustentarão as asas das aspirações.
Cresce, aprende, estima, ama, partilha, ensina,
Com curiosidade, intrepidez, confiança e resiliência
… e sê sempre FELIZ!
Andarilhus
V : V MMXVII