Placebo: Oração celta pela libertação

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Deidades,

Entranhais o ERRO na carne e no sangue.

Mas, já entendi o porquê de nos criardes assim,

Imperfeitos:

É a prova, a escola do nosso percurso…

Tenho consciência das minhas falhas,

Jamais premeditadas ou

Com intenção de causar dano aos outros, a mim…

Lamento todo o sofrimento que os meus erros provocaram.

É com eles que sigo em aprendizagem

Peregrino pelo aperfeiçoamento do meu ser.

Cresci, melhorei (tenho essa consciência).

Mas, também sei que jamais aniquilarei o erro

Porque é profissão de vida

Sempre apreender.

Estou atento:

A cada erro deve surgir uma lição;

A cada lição deve surgir uma interpretação;

A cada interpretação deve surgir uma correção.

Sobe-se um patamar na nossa existência,

E com ele, um novo nível

Na nossa presença na existência dos outros…

.

Aqueles que se distraem dos seus erros,

Continuam sem entrar na real academia da vida,

Fechados em si, fechados num autoconvencimento artificial

De perfeição, de exemplo imaculado;

Não admitem que,

Se negas o erro ou subestimas o seu potencial positivo,

Sofres porque não aprendes a crescer com ele,

Devoras-te em guerras internas, maquiavélicas,

Porque não passas a renovado patamar da tua existência;

Definhas em autoflagelação,

Porque vais acumulando a dor, a raiva, e delas te alimentas,

Em todas as tuas decisões e comportamentos.

Deviam despertar e saber que:

Se aprendes a conviver com os teus erros,

E deles tiras o proveito da elevação pessoal,

Reconheces nos erros dos outros

Igual oportunidade, e os respeitas,

Mesmo que te tenham sido dolorosos;

Ignorando os teus erros,

Jamais desculparás os erros dos outros

Serás irredutível e surdo aos apelos do perdão,

Desenvolverás a ira, mesmo sobre aqueles

Que outrora abraçaste em amor…

E os que padecem desta perturbação

Ficam tão sufocados que

Entendem ser mais fácil desistir,

Deixar para trás os erros,

Os próprios e os dos outros;

Procuram, simplesmente, apagar a mágoa,

Sem a tentar vencer

(como se tal fosse possível!!),

E emigrar do seu mundo, das suas relações,

Das suas responsabilidades,

Dos seus sentimentos.

Perdem a coragem de persistir,

Entregam uma vida ao abandono

Para não dar muito trabalho….

.

A sabedoria da Fénix,

Em morrer para renascer,

Aproveitando cada erro para uma nova libertação

Dentro do MESMO ser,

Dentro da MESMA vida,

Dentro do MESMO contexto.

Isto sim é crescer!

Isto sim é ter a valentia de uma plena existência!

.

Louvado seja o erro.

Louvado seja a luz que nos ilumina

Para bem lidarmos e aprendermos com o erro.

Assim o desejo, intensamente, para ti…

 

Andarilhus

VIII : VII : MMXV

publicado por ANDARILHUS às 07:46